sábado, 4 de agosto de 2012

11ª. Jornada de Agroecologia



Amar a terra, e nela plantar semente, a gente cultiva ela, e ela cultiva a gente
Zé Pinto, Caminhos alternativos

        Dos dias 11 à 14 de julho aconteceu a 11ª. Jornada de Agroecologia, que reuniu cerca de 4 mil pessoas na Universidade Estadual de Londrina, para debater sobre um modelo de produção de alimentos que respeite a vida, que não envenene a terra, e que valorize os pequenos agricultores.
João Pedro Stédile
    Durante o evento houve conferências com importantes lideranças e teóricos dos movimentos do campo, como João Pedro Stédile e Ademar Bogo.

          Em sua fala, Stédile ressaltou o momento histórico em que vivemos, onde são formadas novas alianças entre os bancos, as mídias e os latifundiários, de maneira que as transnacionais cada vez mais avançam para a agricultura, fazendo com que esta deixe de produzir “alimentos”, e passe a produzir “mercadorias”, cuja finalidade é apenas obter lucro.
Com isso, observa-se a redução da diversidade de produção de alimentos, que se resume em trigo, arroz, feijão, soja e milho.
         No entanto, Stédile observa que o capitalismo encontra-se em crise, e que se tem hoje 3 vezes mais dinheiro do que produção no mundo. Com isso, os capitalistas precisam transformar o seu dinheiro em bens. Passam então a comprar a produção, com taxa de lucro muito além do custo da produção.
Ademar Bogo
       Não satisfeitos com a mercantilização do solo, tem investido no subsolo, nas águas e minérios (resultado disso é Minas e Energia ter privatizado todas as minas do Brasil nos últimos 8 anos).
      Por fim, além do solo e do subsolo, os capitalistas querem comprar também o ar, a atmosfera. Hoje já se mapeia florestas por GPS, e como as florestas conseguem transformar gás carbônico em oxigênio, se criou o chamado “crédito de carbono”, que é a venda desse “ar” para as empresas que poluem.
      O modelo atual de agricultura, que  não se baseia mais no agricultor mas no lucro, apresenta contradições: o uso abusivo de agrotóxicos nos alimentos, ocasionando um sociedade cada vez mais doente de câncer e outros problemas; os desequilíbrios climáticos, secas, enchentes, provocadas pelo monocultivo e desmatamento; a concentração de terra na mão de poucos, gerando cada vez mais desigualdade social.
         Stédile afirma que é preciso luta, resistência e teimosia, pois esse modelo de agricultura agroecológica é o único que pode salvar as gerações futuras.


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